É preciso pensar no crescimento produtivo
mas ser ambientalmente sustentável
Na última terça-feira, dia 7, por volta do meio-dia, estiveram presentes no chamado Polo Tecnológico do Chuy, Uruguai: o Ministro de Ambiente, Adrián Peña, o Diretor General da UTU, Engenheiro Agrónomo y Professor Juan Pereyra, a Diretora do Programa de Planejamento Educativo da Direção Geral de Educação Técnico Professional-UTU, Lic. Laura Bianchi, o Intendente de Rocha, Dr. Alejo Umpierrez, o Decano da Faculdade de Veterinária, Dr. José Piaggio, o Diretor do Instituto Uruguaio de Meteorologia (INUMET), Cnel. ® Pablo Cabrera, e a Diretora de Educação Terciaria Lic. Teresa Russi, além do Diretor Local do Centro Universitário Regional do Este (CURE), Dr. Javier Vitancurt, o Diretor da Divisão de Meio Ambiente e Mudança Climática da Intendência de Rocha, Rodrigo García Píngaro e o Alcalde do Chuy, Eduardo Calabuig.
A chamada foi para dar início ao projeto de um novo Instituto de Alta Especialização (IAE), com foco em meio ambiente, cujo objetivo será formar profissionais técnicos altamente competentes em matéria ambiental, com o objetivo de desenvolver as habilidades necessárias para identificar e solucionar problemas ambientais, fornecendo ferramentas de acordo com os desafios das próximas transformações produtivas.
No evento, as mais altas autoridades presentes falaram, destacando o Ing. Pereyra, por exemplo, que “esses Institutos de Alta Especialização não são locais, porque com estas características será o único no país, nesta área. Que depois daqui pode ser feito remotamente, pode ser online, que vamos ditar para outros lugares, que algum curso que é ditado aqui é ditado em outra Escola Técnica do país, sim; mas essa vai ser assim”.
Qual é a importância disso
Também o Ministro Peña destacou que “desde a regulamentação da Lei de Impacto Ambiental, praticamente 100% dos projetos realizados no país, sejam públicos ou privados, passam pelo Ministério do Meio Ambiente. É uma área muito complexa, onde acontece desde a construção de uma ponte para uma casa aqui na faixa de defesa costeira, aqui no litoral ou nas margens de um rio, enfim, desde projetos simples até os mais complexos do país, como a usina da UPM ou a ferrovia central, todas essas questões passam por instituições ambientais, e essas questões são cada vez mais sensíveis e temos que responder cada vez mais. Para nós a resposta deve ser sempre técnica, e para isso temos que formar cada vez mais pessoas, para que os projetos cheguem melhor, para que tenhamos menos barulho e a convivência seja o mais amigável possível”.
Além do mais, o Intendente Umpierrez apontou que “Se realmente promovermos essa etapa educacional na área de fronteira e trabalharmos de forma interdisciplinar, acho que isso é a chave, sair da cabeça das fazendas; porque como disse Juan (Pereyra, diretor da UTU), este é um espaço de ação intersistêmica, dos diferentes sistemas educacionais e institucionais. Acho que vamos seguir no caminho certo.”
Enquanto que a Licenciada Bianchi disse que “esse é um compromisso com a qualidade e inclusão na educação, pois no local onde está localizado, esse prédio de certa forma faz com que a confluência seja necessária, o trabalho colaborativo para trazer os serviços, para que os alunos possam vir até aqui”. Então, “teremos a oportunidade de capacitá-los especificamente, em diálogo com a biodiversidade, com o sistema de produção sustentável, em diálogo com as mudanças climáticas; em diálogo também com a fronteira, porque fala também de toda uma biodiversidade que tem a ver com a região vizinha do Brasil que também trabalha muito em tudo que tem a ver com biodiversidade”.
Cabe destacar que os IAE são nove centros de referência nacional e fazem parte do plano de desenvolvimento educacional 2020-2024 da ANEP para a formação profissional altamente especializada, de acordo com as demandas dos setores produtivos e suas necessidades de formação. São instituições estratégicas, na medida em que articulam o ensino superior tecnológico com os sistemas de produção.
De interesse local
Questionado sobre a importância deste Instituto neste local, o Diretor Juan Pereyra apontou: “Acredito que seja algo muito importante ter uma estrutura desse nível com os cursos que vão ser ministrados aqui; estamos muito felizes em poder, em cidades do interior, às vezes bem distantes, poder desenvolver cursos desse nível. Sem contar que já trabalhamos com o IFSul Universidade do Brasil há muito tempo e é muito provável que possamos estendê-los para essa região”.
Sobre algumas preocupações locais, o Ministro Adrián Peña informou: “no dia 4 de abril vamos apresentar o Plano Nacional de Adaptação Costeira, já o apresentamos na Conferência de Mudanças Climáticas (COP26). É um plano que estuda todo o litoral, do Departamento de Colônia ao Chuy, sobre os diferentes impactos e como devemos agir para nos adaptar a todas essas mudanças; querendo ou não, elas vão acontecer”. Sobre o aquífero internacional, Arroio Chuí, disse: “Temos que trabalhar o que tem a ver com saneamento e gestão de resíduos, desde que haja uma classificação na origem que permita tudo o que não vai para o local de disposição final, é não acabar no córrego, o que me parece uma ação emblemática para trabalhar a recuperação do córrego Chuy/Chuí”.
Rodrigo García também expressou sua satisfação com o projeto do Instituto e expressou: “vamos cooperar e estar prontos para colaborar, por exemplo com um olhar para o oceano, onde temos um grande “aquátorio”, como dizem, que é como outro grande estado que temos no interior do mar, de alguns 400 kms, e do qual ainda nem sabemos o que existe ali, ou sabemos muito pouco sobre essa diversidade biológica, tanto de peixes como de vida submarina; por isso esperamos poder contribuir para olhar para a parte oceânica, que hoje é uma das economias mais importantes, chamado de “economia azul””.
Produtor e documentalista, investigador, escritor, jornalista e amigo da natureza.