https://www.eldiario.es/desalambre/apoyar-agricultores-gaza-sobrevivan-ayuden-alimentar-poblacion-hambrienta_1_11425764.html

CONFLITOS ARMADOS COMO ACELERADORES DA MUDANÇA CLIMÁTICA

PRESS WORKERS

Os conflitos armados estão causando sérios danos ao ambiente natural.

Conforme publicado pelas Nações Unidas no final de 2024, esse foi um dos piores anos da história para crianças em zonas de conflito, tanto durante quanto após os combates. Esses danos podem ser diretos, resultantes de atividades militares, ou indiretos, resultantes das condições sociais e econômicas que as guerras criam.

Infância

“O estudo, divulgado na sexta-feira, 27 de dezembro de 2024, conclui que os direitos de um número recorde de crianças estão sendo violados, inclusive por serem mortas e feridas, por não frequentarem a escola e não tomarem vacinas vitais, e por sofrerem de desnutrição grave; e os números só devem aumentar.” Sem mencionar os crimes de guerra, como estupro de meninas e mulheres, maus-tratos aos idosos e mutilação de membros que deixam as pessoas aleijadas e dependentes para o resto da vida.

https://news.un.org/es/story/2024/12/1535411
Farzan, de 9 anos, nas ruinas de su casa na provincia de Ghor, ao oeste de Afganistán (maio de 2024)

Embora isso seja grave e delicado, há outros aspectos igualmente ou mais preocupantes, como os que as guerras causam à natureza, agravando situações já complexas e aprofundando ainda mais os efeitos das mudanças climáticas que ocorrem no planeta.

Ar e água

Por exemplo, a poluição do ar e da água causada por ataques aéreos e detonações de mísseis provocam, por meio de suas bombas, projéteis e explosivos, a liberação de volumes consideráveis de poluentes na atmosfera, como dióxido de carbono (CO₂), monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio, partículas minúsculas e gases nocivos, que têm impacto negativo na qualidade do ar e na saúde das pessoas. Sem mencionar os produtos químicos sempre usados e não declarados que podem causar a liberação de produtos químicos nocivos no solo e nos corpos d’água, contaminando rios, lagos e reservatórios de água subterrânea. Isso afeta tanto o ecossistema aquático quanto as populações humanas.

Abitat natural

Outro aspecto a ser considerado é a eliminação de ecossistemas naturais, pois as ações militares que utilizam equipamentos pesados ou bombardeiam regiões florestais podem devastar grandes extensões de florestas, bosques e outros ecossistemas essenciais, reduzindo a diversidade biológica e modificando os habitats de várias espécies de fauna e flora. Elas também podem resultar na realocação de espécies animais, na redução de populações de animais e na devastação de habitats essenciais para alimentação e reprodução.

Em alguns casos, as guerras são motivadas pelo controle de recursos naturais, como petróleo, minerais e água, o que pode levar à superexploração e à degradação ambiental dos territórios em disputa, sem mencionar o uso de munições contendo urânio empobrecido, por exemplo, que deixa resíduos radioativos que podem contaminar o solo e a água por décadas, afetando a saúde humana e a vida selvagem.

Agricultura e segurança alimentar

O impacto sobre a agricultura e a segurança alimentar é evidente: as áreas agrícolas podem ser completamente destruídas após combates, minas terrestres ou incêndios criminosos, afetando a produção de alimentos e a segurança alimentar de longo prazo. A contaminação de terras agrícolas por produtos químicos usados durante a guerra, como herbicidas ou combustíveis, pode contaminar os solos agrícolas, reduzindo a fertilidade e prejudicando a produção futura de alimentos. Desde que a terra não tenha sido minerada ou tenha munições não detonadas escondidas em suas entranhas.

Não menos importante, a erosão do solo: as batalhas, a mineração e a construção de infraestrutura militar podem alterar a estrutura da terra, causar erosão e aumentar a desertificação, levando ao deslocamento forçado e a condições de vida precárias para essas comunidades, o que pode pressionar os recursos naturais, como água e alimentos, e causar a superexploração do meio ambiente em outras partes do mundo..

Ucrânia, Gaza, Sudão, Etiópia, Afeganistão, Síria, República Democrática do Congo, Colômbia… E assim por diante, até chegar a 56 conflitos ativos no mundo, o maior número desde a Segunda Guerra Mundial. Além disso, eles têm um componente cada vez mais internacional, com 92 países envolvidos em guerras fora de suas fronteiras.

Combustíveis e explosivos

A guerra moderna envolve o consumo maciço de combustíveis fósseis, como petróleo e gás, que contribuem para as emissões de gases de efeito estufa e para as mudanças climáticas. O uso de maquinário pesado, aeronaves e veículos militares gera uma pegada de carbono significativa. Elas também exigem maior uso de tecnologias produzidas com minerais escassos e equipamentos tecnológicos resfriados com o bem mais precioso e escasso nesses locais, a água.

Em suma, as guerras não só causam perdas humanas e materiais, mas também deixam um rastro ambiental que pode durar décadas ou até séculos. A reabilitação de ecossistemas e a restauração do meio ambiente em áreas afetadas pela guerra é um processo longo e dispendioso que exige esforços contínuos de governos e organizações internacionais.

Portanto, quando você ouvir, vir ou ler um governante enchendo a boca sobre ambientalismo, pergunte-se: quanto ele e seu país contribuíram em sua época para promover, sustentar e realizar esses conflitos armados aparentemente intermináveis em todo o mundo?

Richar Enry Ferreira

Outras fontes:

EL IMPACTO DE LA GUERRA EN LA AGRICULTURA

SEMILLAS EN TIERRA MINADAS

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Produtor e documentalista, investigador, escritor, jornalista e amigo da natureza.

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